segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Momento Kombi Tem carros que marcam nossa vida. No meu caso, é a Kombi. Fui para a maternidade numa e quase nasci dentro dela ! Talvez seja algum remanescente de cunho placentário, ligação mesmo ! Meu avô Diego, teve uma verde e branca, no lindo visual saia e blusa. Lembro dela estacionada na calçada de sua casa na Av. Antonio Estevão de Carvalho, onde ele morava em São Paulo, pois esta avenida era muito movimentada. Meu pai teve várias, nem sei quantas. A primeira era uma 1975 creme . Lembro de ir para o sítio em Santa Isabel, em estrada de terra, que ficava difícil de andar quando chovia. Meu pai colocava todos sentados sobre o motor para fazer peso na traseira e assim aumentar a aderência no barro. Uma lembrança antológica de viagem com uma das Kombi, foi quando fomos para o litoral na Reserva da Juréia, e a nossa “velha senhora” resolveu ter problema no disco de embreagem. Não conseguia sair do lugar e tivemos que empurrá-la durante boa parte do passeio para depois de embalada, montarmos na preguiçosa. Outra lembrança com sabor de aventura, foi uma vez que eu e meu pai viemos de Minas Gerais, de perto de Belo Horizonte, na época que ele fabricava e entregava chinelos. Fomos fazer entrega, isso no início dos anos 80, época em que os postos de gasolina tinham hora para fechar e não abriam nos finais de semana. Além de dormir na Kombi, encima dos sacos de chinelos, na volta tivemos problema para encher o tanque de gasolina. Postos fechados e aí no mais puro estilo Decio Benelli, meu pai decidiu que seguiríamos viagem. Passou numa farmácia e comprou não sei quantos litros de benzina, para colocar no tanque. Na ocasião, a Kombi era uma 1976, modelo clipper, branca com motor 1600, sedento por algum combustível. Não deu outra, a Kombosa ficou envenenada e conseguimos chegar em casa. Outras lembranças pitorescas são, uma das Kombi do meu pai, não segurava a 4º marcha e tinha que dirigir segurando o câmbio, pois se soltasse a mão, a marcha pulava fora. Outra era meu pai colocando um cabo de vassoura no tanque para ver se tinha gasolina suficiente, pois o marcador de combustível não funcionava. Detalhe : ao invés de trocar o marcador, ele fez marcas no cabo de vassoura, para ter uma medição mais precisa. Coisas de meu pai, mistura de aventureiro com Professor Pardal. Outra legal aconteceu quando uma das Kombi estava estacionada em frente em casa e não foi puxado o freio de mão. Resultado : ela desceu a rua e atravessou o canteiro da avenida. Graças à Deus, nada aconteceu. Por essa e por outras, Dona Teresa, minha mãe vivia reclamando, mas também dirigia as kombosas sempre que necessário, inclusive fazendo entregas também. Quando comecei a trabalhar na prefeitura de Jaboticabal, fui destacado pelo secretário da saúde para a missão de atender num consultório odontológico móvel, montado numa valente Kombi, nos distritos de Luzitania e Córrego Rico, em 1989 e 1990. Além de atender, eu dirigia, abastecia e levava para lavar. Foi um período memorável que me traz saudades . Até hoje, pessoas me encontram e perguntam : Você não é o dentista da perua? Depois destes exemplos, acho que dá para entender minha paixão pela Kombi.

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